Como funciona
Atualmente, sete mães trabalham na Casa de Viver, inaugurada em 9 de fevereiro –ainda não há pais que utilizam o espaço de "coworking", mas alguns já mostraram interesse. Para utilizar o espaço, é preciso fechar um pacote: cinco horas de "coworking" custam R$ 50, e a mensalidade para usar a casa oito horas por dia é de R$ 950.As mães trabalham no andar de baixo da casa, onde há um salão com bancadas, impressora, telefone e internet, além de uma cozinha e um quintal para relaxar. Já os filhos ficam no andar de cima, onde há salas com brinquedos educativos, outra cozinha e um terraço com horta para as crianças, que são supervisionadas o tempo todo por duas cuidadoras –o número de profissionais aumenta quando há eventos no local.
Há também um espaço de convivência, com pufes e mesas, e uma sala de reuniões para quem precisa receber clientes. O espaço também tem uma sala de atendimento, que é alugada para profissionais como psicólogos e massagistas, e uma de oficinas, que recebe atividades como ioga, dança terapia e meditação, cursos que têm descontos para quem utiliza o espaço para trabalhar.
Um local como esse ainda é novidade no Brasil, mas, no exterior, já existem alguns empreendimentos bem-sucedidos. No final de 2012, foi aberto em Milão o Piano C, primeiro espaço de "coworking" familiar da Itália.
No ano seguinte, outra iniciativa como essa foi inaugurada em Mestre, cidade próxima à Veneza, o Lab Altobello. No mesmo ano, nos Estados Unidos, a rede NextSpace Coworking passou a ter, em algumas unidades, a opção NextKids, espaço no qual as crianças são bem-vindas.
Espaço alternativo
A Casa do Brincar, em Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, não é um empreendimento voltado para o "coworking" familiar, mas permite que pais de filhos matriculados em atividades do local possam usar a casa para trabalhar. O espaço, que tem como objetivo oferecer brincadeiras educacionais para crianças de zero a seis anos, também surgiu graças a uma necessidade de uma mãe de ficar próxima de sua filha.Luciane Motta, 40, diretora-executiva do empreendimento, trabalhava com comunicação interna quando Valentina, hoje com seis anos, nasceu. "Com uma criança no colo, não fazia mais sentido sair às 6h e só voltar às 21h para casa."
"Achava incrível trabalhar para uma multinacional e todas as competições internas do trabalho. Era muito satisfatório, mas, como mãe, você passa a questionar qual o mundo que você pode construir para os filhos."
Foi, então, que ela começou a pesquisar opções para ficar ao lado da menina e acabou criando, há cinco anos, a Casa do Brincar. "É um espaço para que pais profissionais liberais tenham onde deixar o filho quando precisam atender a um cliente ou ir a uma reunião." Hoje, mais de cem crianças por mês passam pelas atividades da casa.
Luciane começou a observar que muitas pessoas levavam os filhos para brincar e, quando tinham uma brecha, aproveitavam para abrir o computador e trabalhar. Por isso, hoje, a sala de reuniões e os demais ambientes da casa são usados pelos pais gratuitamente, enquanto os filhos participam de atividades educacionais.
Seguir com a vida profissional e ter os filhos por perto é uma combinação que traz muita satisfação para pais e mães. Carina se lembra de como sofreu ao ter de voltar ao trabalho depois da licença-maternidade, quando Brigitte tinha apenas quatro meses. "Chorava no banheiro do trabalho", diz.
Para Fernanda, o espaço de "coworking" é positivo também para o desenvolvimento do filho, que já interage com outras crianças. "Se o Theo está mais irritado, fico brincando com ele até que se acalme e só depois desço para trabalhar. É muito mais saudável do que ir para a escola. Sair de casa para trabalhar e chegar a um espaço onde sei que posso vê-lo quando quiser é incrível", afirma.
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