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segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Saúde financeira do colaborador: como e por que as empresas deveriam olhar para este ponto

*Por Fabio Zveibil, VP de Desenvolvimento de Negócios da Creditas
Eu não sei se você já ficou devendo a fatura do cartão de crédito ou se você se enrolou com alguma dívida. Eu também não sei como você reagiu ao fato de estar endividado nem como este cenário afetou a sua saúde (mental e física), sua qualidade de vida e seus relacionamentos. O que eu sei é que a maioria das pessoas que eu conheço e que fazem parte da estatística dos inadimplentes possui algum comportamento prejudicial para si e/ou para os outros. 

Já vi pessoas perderem o sono, o casamento e até o emprego. Enquanto umas desabafam com amigos, pegam empréstimo com familiares e desenvolvem ansiedade; outras ficam caladas, buscam resolver e negociar o débito, mas se deparam com as taxas de juros alarmantes disponíveis no mercado, o que chamamos de crédito tóxico aqui na Creditas. Aí, a bola de neve só aumenta. Afinal, mesmo após os seguidos cortes na Selic, o Brasil continua no ranking das maiores taxas de juros do mundo, ocupando atualmente o 8º lugar, atrás apenas de Argentina, México, Indonésia, Índia, Turquia, Rússia e Malásia. 

As estatísticas comprovam o impacto negativo que as dívidas causam nas pessoas: um levantamento feito por John Gathergood, da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, analisou a saúde mental e financeira de aproximadamente 10 mil pessoas e chegou a conclusão que: pessoas que devem sentem um aumento de constrangimento diante de colegas, desenvolvem fobias e insônia, o que reduz sua capacidade social e de concentração. A análise foi feita em 2012, mas não podia ser mais atual.

Agora, imagine você, CEO, fundador, CFO, profissional de Recursos Humanos: quantos colaboradores da sua empresa estão endividados? Quantos deles estão rendendo menos no trabalho por conta dos juros do rotativo do cartão que contribuem para o crescimento daquela dívida que já foi pequena? 

Hoje, se fala muito em ter um ambiente que cuide do bem-estar do funcionário. Eu concordo. Passamos a maior parte do dia no escritório, e o ambiente de trabalho que construímos reflete diretamente na produtividade dos colaboradores. Mas ainda se fala muito pouco em cuidar da saúde financeira do colaborador. Segundo a Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), 84% dos trabalhadores entrevistados em uma pesquisa sobre inadimplência enfrentam dificuldades quando o assunto é dinheiro e sofrem prejuízos por não entenderem de finanças.


Um profissional que rende pouco e está com o emocional debilitado, muitas vezes, se torna desinteressante para a empresa. Mas e aí, o que fazemos? Descartamos? Claro que não. Neste momento também é papel da empresa buscar soluções que auxiliem nos problemas dos colaboradores. 

Frutas à vontade disponíveis no escritório, parceria com academias, plano de saúde, espaço para melhorar a concentração, entre outros benefícios, fazem parte do pacote oferecido pelas empresas, o que já é incrível quando se fala em bem-estar. Mas o que é oferecido para ajudar no bolso do colaborador?

O brasileiro tem fácil acesso às piores taxas de juros. Ao crédito tóxico, como mencionei no início deste artigo. Por que não facilitar o acesso do colaborador a um crédito barato, que o ajude a organizar suas finanças, a realizar a viagem dos sonhos, reformar a casa, estudar? Ou por que não disponibilizar cursos de educação financeira para todos os funcionários?

Ter opções de empréstimo consignado para funcionários na empresa e consultorias de educação financeira podem ajudar a aumentar a produtividade do colaborador. 

Imagine que um colaborador seu está com uma dívida que não para de crescer a um juros de 300% ao ano, está com medo de não conseguir quitar, e você, como empresa, oferece para ele um curso de educação financeira e também conta que a empresa tem parceria com instituições que oferecem benefício do crédito consignado. Ele pede o empréstimo e, com a ajuda do consultor financeiro, quita a dívida, e consegue respirar aliviado. 

A partir daí, o seu foco não está mais nas dívidas, na ansiedade de resolvê-las. O foco estará em escalar ainda mais o negócio com novas ideias. Imagine um cenário diferente também: sua colaboradora tem o sonho de conhecer a Inglaterra, mas não tem dinheiro suficiente para bancar as férias em libra. Aí, ela usa o benefício da sua empresa e volta de viagem com fotos incríveis na Tower Bridge.

É preciso olhar para o bolso do colaborador: ele está diretamente relacionado à saúde mental e física e à sua produtividade. Ou seja, antes de decidir quais são os melhores benefícios para oferecer aos colaboradores, é preciso pensar que eles deveriam ir além do Vale Transporte e do Vale Refeição. Benefícios deveriam influenciar diretamente e positivamente na evolução, na saúde e na vida financeira de cada um.

Karina Rossi karina@viniciuscordoni.com 

Postura de vendedor é necessário ao franqueado

“Não basta ter um negócio, a gente precisa fazer ele andar e conquistar clientes... faz parte dessa realidade”, comenta franqueada da Gigatron Franchising

A rotina é dividida entre gestão e vendas. Leila Batista da Silva, 44 anos, é franqueada da rede de tecnologia Gigatron Franchising (marca desenvolvedora de software) em Osasco (SP). Dona do seu próprio negócio, ela assume diariamente outro papel para garantir que sua unidade tenha um bom desempenho, o de vendedora.

“A vida no franchising é assim, é correr atrás. Não basta ter um negócio, a gente precisa fazer ele andar e conquistar clientes... faz parte dessa realidade”, comenta a empresária. Por mês ela vende uma média de quatro a seis sistemas.

Postura de vendedor

O vendedor é a porta de entrada para qualquer negócio, especialmente aqueles com presença no varejo. As franquias têm atuação direta nesse segmento e por isso, todo franqueado precisa dominar a área de vendas. Seja ele dono de uma loja - de rua ou shopping - ou ainda que preste serviço, ele precisará vender!

A Leila, por exemplo, dá suporte ao sistema que oferece aos seus 280 clientes com atendimentos remotos e in loco, realiza relatórios e mudanças no sistema, e também vai à campo em busca de novos clientes. No suporte, ela tem um funcionário que a ajuda. De acordo com ela, uma venda de sistema envolve muitas frentes, como a venda do software e equipamentos, treinamento, instalação e acompanhamento do cliente. Uma implantação leva quase três dias para ser concluída, e por isso, ter um respaldo a ajuda muito.

“Por isso, nós precisamos ter também um pouco de vendas na ‘veia’. Um franqueado precisa dividir seu tempo entre administrar a operação e ir à campo atrás de clientes. Nesse caso o segredo é ter um bom planejamento. Apesar de cansativo, vale a pena”, fala a empreendedora que acumula um faturamento bruto mensal de R$38 mil.

Para garantir uma boa rentabilidade”

Johnny Eberson Jardinette, 47 anos, também leva a mesma rotina. A única diferença é que ele conduz uma unidade a mais (Araçatuba e Guararapes – interior de SP) e, assim, os esforços precisam ser redobrados. “É um trabalho que exige muita disciplina, até porque são muitas frentes para serem conduzidas. Mas trabalhar como vendedor, oferecendo seu serviço ao mercado é o que faz o negócio girar. Para garantir uma boa rentabilidade e conquistar o sucesso da unidade, é preciso entender que essa parte é imprescindível no negócio”, evidencia.

Tantas visitas garantem ao Johnny um bom faturamento. Para este ano a previsão é de que ele atinja R$500 mil – somando as duas unidades.

Contudo, o empresário reforça uma questão: “E não só vendedor, precisamos ser conhecedor de negócios também! Nós temos de entender qual a necessidade do cliente. Quando ele precisa de um sistema apenas para cumprir a parte fiscal, ai é fácil, nem precisa ser vendedor. Mas quando o cliente precisa de um sistema pra fazer gestão, além de vendedor, o franqueado precisa entender de mercado e de negócio”, diz.

Quem entende

O diretor executivo da Gigatron Franchising, Marcelo Salomão, domina como ninguém o assunto. Além da empresa de tecnologia, ele conduz outros dois grandes empreendimentos (ele é também investidor anjo de startups) e precisa diariamente “vender seu peixe”! Aliás, foi vendendo que ele deu início à sua carreira – quando tinha 15 anos, ele era sacoleiro. Comprava produtos no Paraguai e revendia. De lá pra cá, conquistou seu patrimônio na base da venda - de franquias e de ideias! Todos os seus negócios juntos somam um faturamento bruto de R$10 milhões.  

Assim, Salomão sempre orienta cada novo investidor. Entre as principais dicas, ele cita três:

1) O vendedor precisa acreditar no produto que vende, saber o valor que esse produto ou serviço representa para o cliente. Da mesma forma que o cliente confia na empresa o vendedor também precisa confiar. Saber que a empresa realmente tem algo de útil para acrescentar na vida dos clientes faz o vendedor defender a ideia e as missões dessa empresa.

2) É preciso ouvir o cliente para entender sua necessidade, sempre lembrando que cada um tem seu próprio jeito. O cenário de cada cliente também é diferente, seu poder de compra, sua disponibilidade de ouvir sobre novos produtos, tudo isso precisa ser levado em conta.

3) O cliente precisa ser recebido (e bem recebido!). Por isso, é crucial estar apresentável e ter uma boa postura. Cuidado com o tom de voz, ele transmite suas emoções e seu temperamento.

Fatos&Ideias Comunicação Atendimento atendimento.fatoseideias@gmail.com