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terça-feira, 2 de junho de 2015

Inovação com critério - Salão de beleza em SP deixa cliente levar cão, e movimento sobe 50%

Ir ao salão de beleza e encontrar cães no colo ou deitados ao lado de suas donas é uma cena comum no Maria Joaquina Beauty Club, no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Há um ano, o estabelecimento passou a admitir a presença de animais. De lá para cá, o número médio de clientes atendidas por dia subiu de 60 para 90, alta de 50%, segundo a empresa.
Permitir a presença de animais foi uma exigência das próprias clientes, segundo Andréa Costa, 37, sócia do salão. Ela diz que, quando as primeiras clientes apareciam acompanhadas dos cachorros, ela pedia para que os bichos fossem deixados em uma área separada. No entanto, as clientes não queriam ficar longe de seus pets.
"Elas ficavam bravas porque queriam ficar com o cachorro no colo enquanto faziam as unhas. Começamos a permitir a presença dos animais para não perder a cliente", afirma. "Quando vimos que as demais clientes não se incomodavam, passamos a aceitar de vez."
Segundo a empresária, todos os dias pelo menos duas ou três clientes levam seus bichinhos ao salão, especialmente no final da tarde ou no sábado. "Muitas aproveitam para passar no salão enquanto levam o cachorro para passear", diz. "A maior parte dos cães é de pequeno porte, mas já veio uma dona de um labrador."
Para a empresária, ser um estabelecimento que aceita animais tem sido positivo para o negócio. "Se proibíssemos os cachorros, nosso salão não seria visto com tanto carinho pela clientela. É uma forma de humanizar nosso serviço", declara. A medida, segundo ela, exige um cuidado maior com limpeza, mas não houve aumento de custos. O faturamento não foi divulgado. 

Era um 'nail bar', virou salão e agora é franquia

O negócio foi aberto no início de 2014 como um "nail bar", modelo que junta o serviço de manicure com a possibilidade de consumir bebidas. O investimento inicial foi de R$ 100 mil. A empresa surgiu na onda de negócios semelhantes, mas logo começou a dar sinais de que não se manteria por muito tempo.
Para salvar o negócio, três meses após a abertura, foram investidos mais R$ 30 mil e a oferta de serviços foi ampliada. Além de manicure e pedicure, o salão passou a oferecer depilação, design de sobrancelhas, massagem e limpeza de pele. "Muitos concorrentes fecharam porque não se diferenciaram", diz a empresária. Os preços variam de R$ 26 a R$ 170, dependendo do serviço.
Em agosto do ano passado, pouco depois de permitir a presença de animais no salão, a empresa começou a receber pedidos para franquear o negócio. Foram abertas quatro unidades franqueadas ainda em 2014, que faturaram juntas R$ 250 mil (sem considerar a loja própria). Esse ano, mais dois pontos foram inaugurados.
O custo de abertura de uma unidade é a partir de R$ 109 mil (inclusos taxa de franquia, instalação e capital de giro), segundo a empresa. O faturamento médio mensal é de R$ 30 mil, com lucro líquido de R$ 6.000 e retorno do investimento em até 36 meses. Todas as lojas admitem animais, mas o movimento maior é na matriz, em Pinheiros, zona oeste da capital paulista.

Cão que late ou defeca no ambiente pode espantar cliente

Da mesma forma que permitir a entrada de cães pode atrair clientela, a estratégia pode trazer problemas para o negócio, segundo Ricardo Calil, gerente do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresa de São Paulo). O primeiro deles é o risco de perder os clientes que não gostam ou se sentem incomodados com a presença de animais.
"Não dá para agradar a todos. É uma decisão que precisa ser estudada com cuidado", diz. Outro problema, de acordo com Calil, é o estabelecimento receber grande número de animais e perder o controle da situação.
"Se os cães começarem a latir, a rosnar um para o outro ou a defecar no ambiente, o empresário terá um sério problema e a imagem do negócio ficará manchada", afirma. "A partir do momento em que ele passa a aceitar animais, não pode haver distinção de raça ou tamanho. Terá de permitir a presença de todos."
http://economia.uol.com.br/empreendedorismo/noticias/redacao/salao-de-beleza-em-sp-deixa-cliente-levar-cao-e-movimento-sobe-50.htm

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