Da formatura direto para o primeiro negócio. Ou, em alguns casos, isso acontece antes mesmo de receber o diploma. Os jovens querem empreender. Dados do Sebrae mostram que 50% dos novos empreendedores brasileiros têm entre 18 e 34 anos, segundo pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor, GEM. Designers não ficam de fora dessa tendência. Victor Megido, diretor geral do Istituto Europeo di Design, IED, no Brasil, considera que os atuais alunos da escola são corajosos e ambiciosos, não têm medo de errar e recomeçar. “O espírito empreendedor é uma característica dessa geração. Já no 5º semestre dos estudos, cerca de um terço dos alunos desenvolve os próprios projetos”, diz. A percepção do professor Turguenev Oliveira, pró-reitor institucional do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, é parecida. “Notamos a necessidade dos alunos de estarem preparados para ter os próprios negócios.” Por isso, a última reforma da grade curricular do curso de design incluiu as disciplinas Comportamento do consumidor, Design e empreendedorismo e Marketing. Além disso, há um programa extracurricular de coaching de carreira. Vários desses jovens já se destacam no mercado de decoração, como os exemplos seguir.
Os três marceneiros
Os amigos André Carvalho, 25 anos, Juliano Costa, 24, e Victor Oliveira, 28, se conheceram na Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo, FAU-USP, e descobriram um interesse em comum: a marcenaria. Em novembro de 2012, juntaram as economias, compraram máquinas de grande e pequeno portes e alugaram um galpão na Pompeia, zona oeste de São Paulo, onde fixaram a marca Farpa. “O começo foi desajeitado, não entendíamos de administração, mas aprendemos com os erros”, diz Juliano. Os três cuidam de tudo, do desenho à entrega, do orçamento à busca de materiais, dos cortes às montagens. A marcenaria ainda não é fonte de renda do trio. Atualmente eles criam uma linha própria, além de projetos sob medida. “Não queremos ser grandes, mas sim desenvolver um trabalho autoral”, resume Juliano, que, junto com os demais, se forma no fim deste ano.
enina valente
Após se formar em design pela Unicuritiba e em jornalismo pela PUC Paraná, em 2009,Bruna Assis Ribeiro (centro), 27 anos, seguiu para Barcelona, na Espanha, rumo a uma pós-graduação em ilustração criativa. Lá, se encantou com as lojas de decoração tocadas por jovens como ela. De volta ao país, em outubro de 2012, ela abriu a loja virtual Meu Adorável Iglu, onde vende peças com suas ilustrações. A designer cuida da parte criativa, enquanto seu noivo,Mahani Siqueira (à esq.), 27 anos, transforma os desenhos em produtos, como pratos e adesivos. Há ainda uma terceira sócia, Gabriela Keinert (à dir.), 30 anos, irmã de Bruna, formada em administração de empresas. Como o negócio não é a fonte de renda dos três, o lucro é reinvestido. A experiência já resultou em valiosas lições de empreendedorismo. “Noto que é melhor focar em preços baixos para estimular a compra por impulso”, diz Bruna. Ela também sabe que é importante apostar em novos produtos. “O negócio mudou com a introdução dos pôsteres, em 2013. Antes fazíamos de 3 a 4 vendas por dia. No fim do ano passado triplicamos as transações.”
http://movimentoempreenda.revistapegn.globo.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário