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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Aprenda a montar um plano de negócios



Todo empreendedor sonha em ver sua idéia sair do papel e ganhar o mundo. Deseja ter sucesso, visibilidade e, sobretudo, reconhecimento do seu trabalho. Quem é empreendedor carrega consigo uma determinação fora do comum para batalhar e concretizar seus desejos, mas também, uma ponta de ansiedade que, se não controlada, pode colocar tudo a perder. Quantas vezes você ouviu falar de iniciativas genais que, por falta de foco ou planejamento, foram por água abaixo?

A cada ano, milhares de empresas abrem suas portas para depois fecharem num misto de tristeza e desilusão, sonhos e projetos e que não saíram do papel. O que faltou para eles? Segundo especialistas, uma rota de navegação, ou seja, uma estratégia bem definida para deixar seu sonho naufragar antes da hora. Esta estratégia pode ser chamada de plano de negócios, uma espécie de roteiro do que é sua empresa e para onde ela vai.

"O plano de negócio nada mais é que uma descrição do planejamento da empresa de A a Z, desde a missão até o balanço dos índices financeiros. É nesse projeto que ele deve descrever a missão, objetivos, processo operacional, plano de marketing e plano financeiro para viabilizar seu negócio", diz o professor e consultor da Fundação Dom Cabral, Fernando Dolabela.

Pensando em ajudar você, empreendedor, nesta missão de detalhar seu projeto, conversamos com especialistas para desenvolver um tutorial com informações detalhadas sobre como montar um bom plano de negócios. Nele, você encontrará informações importantes do que é preciso conter no seu plano, até dicas do que não fazer. Clique no banner abaixo para conferir o material.

Lembre-se: ainda que o plano não garanta que uma idéia seja 100% bem sucedida, certamente ele diminui, e muito, as chances do empresário ser pego de surpresa por imprevistos que comprometam seu negócio. "Um bom plano não garante sucesso, mas reduz danos. Essa, aliás, deve ser a premissa do empreendedor. Se cercar de informações para blindar seu negócio", afirma o diretor do centro de empreendedorismo do Ibmec São Paulo, Álvaro Armond.

1) Bem vindo
De acordo com pesquisas realizadas pelo Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) (dados de janeiro de 2004), 470.000 micro e pequenas empresas são criadas a cada ano, sendo que 49,4% delas fecham as portas antes de completar dois anos. Entre os principais motivos dessa alta mortalidade estão a falta de capital de giro, endividamento, despreparo na gestão do negócio e desconhecimento do mercado.

Se levarmos em conta que as micro e pequenas empresas representam 99% do total das 5,5 milhões de empresas que existem no país e empregam um contingente de 26 milhões de trabalhadores, estamos falando de 56% da força de trabalho do Brasil. Daí a importância em diminuir a mortalidade das PME's (Pequenas e Médias Empresas).

Neste pequeno tutorial, pretendemos mostar um passo-a-passo sobre como montar um plano de negócio, ferramenta que embora não garanta 100% do sucesso do negócio, ajuda a reduzir danos e riscos de comprometê-lo. Boa leitura!

2) Introdução
Antes de começar o seu plano de negócio, o empreendedor precisa se livrar dos mitos que o rodeiam. O número um é de que um bom plano será a salvação de sua empresa. Isto porque, o mercado está cheio de exemplos de planos de negócios maravilhosos e muito bem escritos, mas que findaram em empresas falidas.

O empreendedor precisa saber que os planos de negócio são roteiros, quanto mais precisos, menores são as chances de erro, mas, ainda assim, podem haver imprevistos no caminho. Cabe então ao empreendedor blindar-se destes imprevistos para ter mais chances de sucesso.

Outro mito relacionado ao plano de negócio está na forma com o empreendedor vê e se relaciona com sua idéia. Muitos empreendedores acreditam que sua idéia é a melhor do mundo e por isso, sozinha, ela vai se sustentar. Daí não se preocupam tanto com o plano de negócio e acabam sendo prejudicados pela falta de planejamento.

Por essa razão, antes de achar que o plano de negócio é o segredo do sucesso ou então desprezá-lo por completo por considerar sua idéia genial demais para dar errado, vale parar, pensar e, segundo especialistas, encontrar respostas para estas cinco perguntas:

1 - Qual a oportunidade que tenho?
2 - Como vou satisfazer essa oportunidade?
3 - Por que sou capaz de desenvolvê-la?
4 - O que será preciso para vendê-la?
5 - Ela terá rentabilidade e lucratividade?

Se estas cinco perguntas sinalizarem que vale à pena investir em sua idéia, já que um plano de negócio custa tempo e dinheiro, é hora de seguir em frente e por suas mãos à obra.

3) O poder da capa
É unânime entre os especialistas: se você quer causar uma boa impressão com seu plano de negócios precisa estar atento aos detalhes. Uma capa bem feita, um sumário bem escrito, um roteiro organizado, ou seja, que deixe o texto e as informações ali presentes fluídas e limpas são essenciais para o seu leitor. Por isso, a dica é: deixe os detalhes para o final.

A capa é a primeira parte do seu projeto que será visualizada por quem lê o Plano de Negócios. Portanto, ela deve ser simples, objetiva e transmitir para o leitor a mensagem da maneira mais fluída possível. Especialistas aconselham a montar a estrutura do plano e deixar a escolha do papel, impressão e outros detalhes que farão a diferença da apresentação do trabalho para o final do projeto. Lembrando que o ideal é fugir dos excessos.

Lembre-se: o plano não pode ter muito rococó, tem que transmitir a idéia do produto que está sendo vendido. Essa compatibilidade deve estar forte na mente do empreendedor.

3.1) Sumário executivo
Se existe uma etapa do plano de negócio que merece atenção especial do empreendedor na hora de sua criação é o sumário executivo. Esta seção deve, obrigatoriamente, vender o projeto. Portanto, mais do que explicar tecnicamente como será desenvolvido seu produto, ela precisa convencer o leitor de que ela vale a pena. Um bom sumário executivo descreve o 'pulo do gato' do negócio. Seu objetivo é fazer o leitor continuar lendo. Não é um resumo, por isso precisa ter uma abordagem vendedora.

Pensando nisso, o sumário executivo deve ser dirigido ao público-alvo em questão, seja ele o investidor, cliente ou parceiro. Assim, o empreendedor deve se fazer algumas perguntas tais como: por que meu projeto seria interessante aos seus olhos? Qual o meu diferencial? A idéia é inovadora? Ela atende uma demanda específica? Tem vantagem financeira em relação à concorrência? São estas as respostas que irão nortear o empreendedor a escrever o sumário.

Essas informações, porém, só estarão acessíveis ao passo que o empreendedor tiver desenvolvido outras etapas técnicas do plano de negócio, como por exemplo, a análise financeira e o plano de marketing do projeto. Por esta razão, é importante destacar que o sumário executivo deve ser a última etapa do plano de negócio a ser escrita. Além disso, ele deve ser escrito com muita atenção e apenas quando o empreendedor estiver de posse de todas as informações necessárias para justificar a viabilidade de sua idéia.

O tamanho do texto também deve ser uma preocupação do empreendedor. Uma vez que o sumário precisa ser atraente, ele não pode ser muito extenso e cansativo de ler. Informações interessantes, confiáveis e objetivas fazem a diferença na hora de escolher entre um projeto e outro. Embora os especialistas defendam que não haja um tamanho padrão para um sumário executivo, o ideal é usar o bom senso e perceber que, mais de duas páginas de um texto vendedor e sem respaldo técnico de sua viabilidade cansam qualquer um.

3.2) Descrição da empresa
A descrição da empresa é a primeira etapa técnica de um plano de negócio a ser desenvolvida se você, empreendedor, já tem uma empresa estruturada. Do contrário, ela entra como parte integrante da descrição de seu projeto. Se a empresa já estiver consolidada, é nesta seção que o empreendedor deve descrever o que é a empresa, seu histórico, crescimento/faturamento dos últimos anos, sua razão social, impostos, estrutura organizacional, localização, parcerias, serviços terceirizados etc.

Nesta etapa, o empreendedor precisa ter em mente qual será sua estratégia para colocar o seu negócio em prática. Em geral, o plano operacional é composto dos seguintes subitens que não precisam ser seguidos obrigatoriamente nesta ordem:

Plano operacional- É aqui que o empreendedor irá destacar a localização do seu negócio, a descrição e a quantidade de equipamentos que irá precisar, quem serão e quantos fornecedores ele irá trabalhar etc.

Plano gerencial - Nesta fase, o empreendedor irá identificar quantas pessoas são necessárias para levar seu negócio adiante. É uma avaliação de Recursos Humanos. Ele também precisará investigar qual o perfil de profissional desejado, como será a remuneração deste profissional, como será o treinamento da equipe e, também, a estratégia de motivação para com ela.

Plano jurídico - O empreendedor precisará ter em mente como seu negócio irá sair do papel. Será preciso estabelecer uma sociedade? Se sim, quantos sócios? Qual será o percentual de retirada de cada um? Caso seu negócio envolva a patente de um produto, quais os requisitos legais para garantir sua patente e sua proteção? Será necessário ter um escritório de advocacia como auxiliar?

• O plano jurídico é uma etapa fundamental na descrição de um plano de negócios. Ele prevê uma série de questões legais que, se não pensadas de antemão, podem pôr em risco seu projeto.

3.3) Descrição de produtos e serviços
Nesta seção do Plano de negócios o empreendedor deve descrever quais são seus produtos e serviços e como eles serão produzidos. A descrição precisa abordar pontos como: ciclo de vida, fatores tecnológicos envolvidos, P&D (pesquisa e desenvolvimento), principais clientes, se detém marca e/ou patente de algum produto etc. Na opinião de especialistas, aqui vale a frase "conhece-te a ti mesmo". O produto precisa ser visto, revisto, idealizado, revisado, criticado e repensado, a fim de se identificar todos os prós e contras de sua produção.

O empreendedor precisa saber o que ele tem em mãos e o que ele não tem. Uma idéia maravilhosa aos seus olhos, pode não ser aos olhos do investidor. Para transformar seu sonho em produto é preciso estar preparado para defendê-lo. Para isso, é preciso conhecê-lo. Para saber o que se tem em mãos, o empreendedor precisará dimensionar o seu produto, os recursos necessários para sua produção, estabelecer estratégias de busca de recursos. Então, essa também é uma etapa que depende fundamentalmente dos três itens básicos para a criação de um plano de negócio: Análise de Mercado - Plano de Marketing e Plano Financeiro.

A maior dica que se pode dar ao empreendedor na hora de descrever seu produto é: ame o seu negócio, o seu produto, a idéia que você vai vender. Assim, aumentam, e muito, as chances dele superar adversidades.

• "Diferente do emprego, a empresa é o empreendedor. Você não bate cartão depois do horário, vai para casa e volta no outro dia. Você dorme com a empresa na cabeça, sonha com ela, acorda e idealiza, investe, enfim... respista seu empreendimento. Por isso, é preciso fazer aquilo que se gosta. descubra, portanto, se o seu produto tem a ver com o seu sonho, se ele é a sua paixão. Se for, invista e transforme sua paixão em um projeto" (Fernando Dolabela, professor de empreendedorismo e consultor da Fundação Dom Cabral)

3.4) Análise de mercado
Eis um dos itens mais importantes de qualquer plano de negócio. Aqui é que deve ser feita a avaliação do mercado, ou seja, o estudo da viabilidade de comercialização de seu produto. O empreendedor precisará se preocupar não só em identificar o potencial inovador de sua idéia de acordo com a necessidade do mercado, mas investigar se existe concorrência, interesse, ou seja, demanda por sua idéia.

Cuidado: identificar estes pontos exige muito mais trabalho do que a elocubração: "tive a idéia do ano, vai vender muito." Há muito empreendedor por aí que se empolga tanto com sua idéia que cai na armadilha de não fazer o 'dever de casa' e aí compromete o sucesso de seu projeto. Por isso, na hora de analisar o mercado, deixe o otimismo um pouco de lado e pratique o realismo em sua análise.

Uma boa análise de mercado deve prever o entendimento do mercado da empresa, seus clientes, seus concorrentes e quanto a empresa conhece, em dados e informações, o mercado onde atua. A análise de mercado permite ainda se conhecer de perto o ambiente onde o produto/serviço se encontra. Vale lembrar que o mercado está composto pelo ambiente onde a empresa e produto se localizam, pela concorrência e pelo perfil do consumidor. Portanto, a definição do mercado leva em conta os seguintes aspectos:
• Análise da indústria ou do setor
• Descrição do segmento de mercado
• Análise SWOT do produto/serviço
• Análise da concorrência

3.4.1) Itens de definição de mercado
Veja, abaixo, quais itens compõem a definição de mercado:

Análise da indústria - deve apresentar as informações a respeito do tamanho, crescimento e estrutura da indústria/setor em que sua organização está inserida. Tal análise deve partir da coleta de informações do setor ao qual pertence o produto/serviço.

Descrição do segmento de mercado - uma vez definido o setor, também será preciso identificar e organizar quais segmentos estão alinhados a sua estratégia e ao seu alvo. O segmento de mercado é definido a partir das características do produto, estilo de vida do consumidor (idade, sexo, renda, profissão, família e personalidade) entre outros fatores que afetam de uma maneira direta o consumo do produto, como localização geográfica por exemplo.

Vale lembrar que na hora de estabelecer o mercado-alvo, (de novo), o empreendedor precisa se desvencilhar de seu "achismo". Para segmentar um mercado é necessário ter um conhecimento amplo do setor, tanto qualitativo como quantitativo. Assim, é preciso investigar quem realmente é o consumidor de seu produto e não quem o empreendedor gostaria que ele fosse.

Análise SWOT do produto/serviço - Do termo inglês a análise SWOT serve para identificar fraquezas e fotalezas de seu produto ou serviço. Alguns especialistas defendem sua aplicação logo na análise de mercado, outros, dentro do plano de marketing. Há, ainda, quem defenda sua aplicação tanto externa (mercado/setor) quanto interna (produto/serviço). Há, porém, unanimidade entre os experts de que a SWOT irá impactar em todas as etapas deste processo de execução do plano de negócios e mais, que tais resultados devem ser interligados. Por isso, ela é fundamental. Confira na seção Plano de Marketing um passo-a-passo para fazer uma análise SWOT.

Análise da concorrência - o empreendedor precisa investigar quem são os concorrentes que já atuam neste mercado, o que eles oferecem, para quem oferecem, quais são seus diferenciais competitivos e como se posicionam no mercado. Estas informações irão nortear o seu posicionamento e sua estratégia para ingressar no setor.

3.4.2) Dicas
Em seu portal Plano de Negócios, o especialista no tema e professor nas principais escolas de negócios do país, José Dornelas, recomenda que os empreendedores baseiem sua análise de mercado em quatro perguntas, são elas:
• Qual o market-share (participação de mercado) dentre os principais concorrentes?
• Qual o potencial de mercado?
• O mercado encontra-se bem atendido?
• Quais as oportunidades para o seu produto/serviço obter uma maior participação?

- Cuidado ao estimar o seu mercado. Uma visão otimista de um mercado maior do que realmente é pode ser uma armadilha para o empreendedor.

- Utilize os critérios corretos para estimar suas vendas. JAMAIS um potencial de mercado deve ser mensurado de acordo com a capacidade de produção. A estimativa de venda tem que vir do mercado para o empreendedor, ou seja, da demanda para a oferta e não o contrário.

3.5) Plano de marketing
O Plano de Marketing apresenta como o empreendedor pretende vender seu produto/serviço e conquistar seus clientes, mantendo seu interesse e, também, aumentando a demanda por sua oferta. Deve abordar seus métodos de comercialização, diferenciais do produto/serviço para o cliente, política de preços, projeção de vendas, canais de distribuição e estratégias de promoção/comunicação e publicidade.

O sucesso de um plano de marketing está diretamente relacionado ao quanto o empreendedor conhece do mercado/setor em que irá atuar. Por isso, é muito importante que as informações colhidas durante a análise de mercado fundamentem a estratégia do plano de marketing.

A projeção de vendas deve ser feita tendo como base a análise de mercado e a estratégia de marketing da empresa. Dessa forma, essa projeção será mais realista e terá maior probabilidade de ocorrer conforme o planejado. Deve-se atentar para o fato da sazonalidade, quando esta influi nas vendas, como por exemplo, empresas que vendem enfeites natalinos. Portanto, uma boa forma de se efetuar projeções de vendas é através de projeções mensais em termos de volume de vendas e os preços praticados.

Quando se fala em estratégia de marketing, o empreendedor precisa ter em mente os chamados 4 Ps do Marketing: Produto (posicionamento), Preço, Praça (Canais de Distribuição) e Propaganda e Promoção. A projeção de vendas está diretamente relacionada com a Estratégia de Marketing da empresa e procura estabelecer a maneira como irá vender o produto/serviço com a finalidade de converter em ações as estratégias estabelecidas.

3.5.1) Os 4 Ps do Marketing
Produto (Posicionamento): o posicionamento está ligado à maneira como os consumidores percebem sua empresa e seu produto em relação à concorrência. Os grupos podem incluir localização geográfica, vendas anuais, número de empregados, número de anos no ramo, setor ao qual pertence o negócio etc. O esforço de posicionamento deve ser realizado no sentido de manter a imagem do produto/serviço no mercado, segundo as políticas de posicionamento previamente estabelecidas.

Preço: o preço é uma ferramenta efetiva de marketing, pois afeta a demanda, influencia a imagem do produto e pode ajudar a atingir o seu mercado alvo. Ao considerar o preço a ser praticado é importante saber que ele não deve ser baseado na produção mais alguma margem, como geralmente se faz. O preço depende do valor do seu produto do ponto de vista do consumidor. O preço está relacionado ao benefício percebido pelo consumidor.

Praça (Canais de Distribuição): os canais de distribuição representam as diferentes maneiras pelas quais o produto é colocado à disposição do consumidor. Existem duas maneiras de vender o produto: através de vendas diretas e indiretas. A venda direta é a maneira mais usada de distribuição. Uma empresa vende diretamente seus produtos por meio da sua equipe de vendas e adicionalmente pode ou não controlar o processo de distribuição. Já a venda indireta é realizada usando a estratégia de canais de distribuição. A empresa pode vender sua produção ao atacadista, que por sua vez vende ao varejista, e ele ao consumidor final. A empresa também pode vender simultaneamente ao atacadista, varejista, distribuidor e representante, usando diferentes preços dependendo da estratégia de canal utilizada.

Propaganda e promoção: fazer propaganda significa enviar diferentes mensagens a uma audiência selecionada, com o propósito de informar os consumidores, por meio da utilização de diferentes veículos de comunicação como: rádio, TV, mala direta, outdoors, Internet, displays em pontos de venda etc. A vantagem da propaganda é a possibilidade da mensagem chegar ao mercado alvo em grande escala. O custo da propaganda é bastante elevado, portanto, é preciso avaliar se existe o propósito de enviar a mensagem a um grande público. O propósito da promoção é poder dizer ao público que você tem aquele produto ou serviço que satisfaz a demanda do consumidor.

3.5.2) Análise SWOT
A análise SWOT, que gera polêmica entre especialistas sobre onde deve estar no plano de negócios, aparece no plano de marketing em dois momentos distintos: na hora de avaliar as fraquezas e fortalezas de seu produto/serviço e, também, da concorrência. Graças a sua complexidade, trataremos do tema em um capítulo inteiro, o qual você confere a seguir.

Em inglês, SWOT significa: strengths, weaknesses, opportunities e threats. Traduzindo para o português é o mesmo que, pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças. A estratégia SWOT resume-se em eliminar os pontos fracos em áreas onde existem riscos e fortalecer os pontos fortes em áreas onde se identificam oportunidades.

A essa altura do campeonato, o empreendedor já identificou as fortalezas e as fraquezas do seu produto. Exemplo: o caráter inovador, baixo custo de matéria-prima etc. As oportunidades podem ser classificadas de acordo com a atratividade e a probabilidade de sucesso. Vale lembrar que a probabilidade de sucesso da empresa não depende apenas da força de seu negócio e das exigências básicas para ser bem-sucedida em seu mercado alvo, mas também das suas competências para superar seus concorrentes.

Já as ameaças são intervenções que, na ausência de ação defensiva de marketing, podem impactar na queda das vendas ou do lucro. Na opinião de especialistas, devem ser classificadas conforme seu grau de relevância ou probabilidade de ocorrência.

3.5.3) Como funciona a matriz SWOT
Depois de identificados os pontos fortes e pontos fracos e analisadas as oportunidades e ameaças, pode-se obter a matriz SWOT. Ela traça uma análise da situação atual do negócio e deve ser refeita regularmente, dependendo da velocidade com que o ambiente, o setor e a própria empresa mudam. Em seu portal Plano de Negócios, o especialista no tema e professor nas principais escolas de negócios do país, José Dornelas, aponta quais passos devem ser seguidos para se obter a matriz SWOT:

1. Divida todos os pontos fortes que identificou em dois grupos, os que estão e os que não estão associados a oportunidades potenciais ou ameaças latentes em seu setor;

2. Divida todos os pontos fracos da mesma forma, um grupo associado a oportunidades, o outro a ameaças;

3. Construa uma matriz com quatro quadrantes;

4. Inclua os pontos fortes e fracos de sua empresa, juntamente com as oportunidades e ameaças do setor em cada uma das quatro caixas.

5. Primeiro corrija o que está errado. Em seguida, aproveite ao máximo as oportunidades identificadas no mercado. Só depois é que você pode se dar ao luxo de prestar atenção a outros problemas e áreas.

3.5.4) Matriz SWOT sem erros
Certifique-se de abordar cada uma das seguintes etapas em sua análise de matriz SWOT:
• Elimine possíveis pontos fracos da empresa identificados em áreas nas quais você enfrenta ameaças
• graves de seus concorrentes e tendências desfavoráveis em um ambiente de negócios dinâmico;
• Capitalize as oportunidades descobertas onde sua empresa tem pontos fortes significativos;
• Corrija possíveis pontos fracos identificados em áreas que contêm oportunidades potenciais;
• Monitore as áreas nas quais você identificou pontos fortes para não ser surpreendido no futuro por possíveis riscos latentes.

3.6) Plano financeiro
O plano financeiro deve apresentar, em números, todas as ações planejadas da empresa com a comprovação técnica de quanto será preciso em termos de investimento de capital, quando e com que objetivo, para atingir as metas que pressupõem o sucesso do negócio. É indispensável que ela contenha itens como: fluxo de caixa, balanço, ponto de equilíbrio, necessidades de investimento, lucratividade prrevista, prazo de retorno sobre investimentos etc.

No plano financeiro, apresentam-se, em números, todas as ações planejadas para a empresa. Algumas perguntas que o empreendedor deverá responder neste item são:
• Quanto será necessário para iniciar o negócio?
• Existe disponibilidade de recursos para isto?
• De onde virão os recursos para o crescimento do negócio?
• Qual o mínimo de vendas necessário para que o negócio seja viável?
• O volume de vendas que a empresa julga atingir torna o negócio atrativo?
• A lucratividade que a empresa conseguirá obter é atrativa?

3.6.1) Estrutura de um plano financeiro
O plano financeiro deve estar assim estruturado:
Investimento inicial - Receitas - Custos e despesas - Fluxo de caixa - Demonstrativo de resultados - Lucratividade prevista - Ponto de equilíbrio - Balanço patrimonial

Investimento inicial - Deve conter itens como o custo com instalações, suprimentos e equipamentos necessários para a implantação do negócio. Tais informações serão fundamentais para o levantamento fixo e para implantação da empresa.

Receitas - no item "Projeção de Vendas" do plano de marketing o empreendedor já definiu a projeção das suas vendas para os próximos anos. Com estes dados em mãos, juntamente com a determinação do preço a ser praticado pelo seu produto ou serviço, o empreendedor poderá visualizar suas vendas em termos de valores, as quais denominamos de receitas.

Custos e Despesas - neste item o empreendedor deverá apontar todos os valores que serão necessários para a produção do produto/serviço. Deverão ser levantados tanto os custos de produção, quanto despesas relativas ao suporte à produção como à administração, vendas etc.

Fluxo de caixa - o fluxo de caixa é um instrumento que tem como objetivo básico, a projeção das entradas (receitas) e saídas (custos, despesas e investimentos) de recursos financeiros por um determinado período de tempo. Com o fluxo de caixa, o empreendedor terá condições de identificar se haverá excedentes ou escassez de caixa durante o período em questão.

Ponto de equilíbrio - o cálculo do ponto de equilíbrio ajuda o empreendedor a encontrar qual o nível de vendas em que a receita será igual a todas as saídas de caixa da empresa. Isto é importante porque indica qual o nível mínimo de vendas que a empresa deverá manter para que não opere com prejuízo.

Balanço Patrimonial - No caso de empresas já constituídas, é conveniente apresentar o balanço patrimonial que possibilita a visualização das disponibilidades e obrigações de curto e longo prazo da empresa e, assim, uma avaliação de sua solidez.

3.6.2) Para não errar
O primeiro cuidado que o empreendedor deve tomar ao executar seu plano financeiro é não perder de vista o fato de que as projeções são resultado da estratégia que ele desenhou para sua empresa lá atrás, quando fez a análise ambiental. Não adianta ter previsto que vai vender qualquer coisa de porta em porta no Brasil inteiro (como uma enciclopédia por exemplo) e na hora de começar a trabalhar ter oito vendedores para tentar comercializar 400 mil volumes por mês. O mais importante do plano financeiro é isso: as previsões precisam refletir a estratégia.

Para um empreendedor que está montando agora o seu negócio aí vai a dica: o fluxo de caixa precisa ser estabelecido, pelo menos, pelos próximos 24 meses. A importância dessa previsão em longo prazo se dá pela necessidade do empreendedor identificar, especialmente no começo do negócio, quanto ele terá de fluxo daqui quatro ou cinco anos e sua sua empresa irá se sustentar até lá. Essa previsão antecipada serve para o empreendedor não chegar no 15º mês do negócio, por exemplo, e ter um furo fenomenal que se não for resolvido não irá levá-lo ao lucro.
http://www.santanderempreendedor.com.br/gestao-e-ferramentas/sme-toolkit?url=http://brasil.smetoolkit.org/brasil/pt_br/content/pt_br/8762/Aprenda-a-montar-um-plano-de-neg%C3%B3cios

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