Agência Sebrae de Notícias
Empresário Morise Gusmão
Neto
Quando morou por muitos anos nos Estados
Unidos, o empresário Morise Gusmão Neto criou um hábito de apreciar cervejas
artesanais e se tornou um apaixonado pela bebida. A gelada de origem alemã
passou a ser o foco de toda a sua preparação profissional. Gusmão investiu em
diversos cursos até tornar-se um mestre cervejeiro, aquele que assina as
fórmulas dos tipos de cerveja e chopp, seleciona a matéria-prima e acompanha
passo a passo o processo de produção.
Ao voltar para a cidade de João Pessoa (PB),
Gusmão percebeu que em bares e até nos restaurantes mais requintados só
circulavam nas mesas as marcas massivas e industrializadas, de pouca qualidade e
quase nenhum sabor. Ele identificou uma oportunidade de negócio: produzir
cervejas especiais para um público especial e exigente. Estava lançado o
desafio, pois a empresa iria não somente trabalhar na produção de cerveja, mas
sim modificar uma cultura inteira de apreciadores da bebida que somente tinham
acesso às marcas industriais.
Consciente e confiante da qualidade e sabor
do seu produto, em janeiro de 2010 a Norden instalou sua pequena fábrica na BR
230, na cidade de Cabedelo. Com capacidade para produzir até cem mil litros por
mês, o empresário inicialmente focou seu produto na fabricação de um único tipo
de chopp e suas vendas eram feitas no atacado, comandadas pelos pedidos
delivery.
Após quase um ano de produção, a estratégia
não atendeu às expectativas do empresário, que logo arrumou as malas e voltou
aos EUA para visitar outras dezenas de modelos de negócio semelhantes à Norden.
Em cinco meses de peregrinação, Gusmão tinha a reformulação da empresa nas mãos
e uma ideia inovadora na cabeça. A pequena indústria passaria a abrigar um pub
em suas dependências.
As vendas passaram a ser no varejo (mantendo
o serviço de delivery) e o mestre cervejeiro criou mais cinco tipos de chopp,
que possuem teor alcoólico entre 4,5% e 10%, e sabores que agradam a todos os
paladares. Para o bar foi criada uma decoração rústica e aconchegante, que tem
seu espaço separado da fábrica por um grande painel de vidro fornecendo uma
vista privilegiada para os tanques de produção, conferindo uma experiência
totalmente diferenciada aos apreciadores da bebida. Foram associados à
degustação da cerveja artesanal petiscos produzidos na cozinha do
estabelecimento e o empresário investe em pequenos shows de bandas alternativas,
na disponibilização de sinucas e na exibição de jogos.
Para iniciar o negócio, o empresário revela
que é preciso um investimento superior à R$ 100 mil. Deve-se ter uma logística
bem amarrada, já que os produtos são importados e o negócio controla toda a
cadeia, menos a produção da matéria-prima. O empresário revela que é necessário
sempre investir em consultorias com outros mestres cervejeiros para aperfeiçoar
as fórmulas. A equipe da Norden é composta por um ajudante de produção, cinco
garçons (que trabalham com contratos temporários), um gerente e um caixa, além
do empresário que toca a parte administrativa e é o mestre cervejeiro que
comanda toda a fabricação.
O público dos apreciadores da cerveja
artesanal é composto por homens e mulheres, de forma equilibrada, e o negócio
cresce em média de 20% a 30% ao ano. Ainda este ano, a empresa deverá envasar a
cerveja, comercializando assim seu produto em outros estabelecimentos. A longo
prazo, a Norden investirá em ser franqueador de quiosques e bares, além de
formatar outras unidades próprias dentro da capital.
http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0
Nenhum comentário:
Postar um comentário