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terça-feira, 19 de maio de 2015

O Balanced Scorecard - Colocando a Estratégia para Funcionar!

O Balanced Scorecard ou BSC como é comumente denominado foi apresentado ao mundo em 1992 por meio de um artigo publicado pela “Harvard Business Review” intitulado “The Balanced Scorecard – Measures that Drive Performance” (O Balanced Scorecard – Medidas que Direcionam o Desempenho, em uma tradução livre).
Conforme estudos fartamente divulgados ao longo dos anos, cerca de 70% das organizações fracassam em suas estratégias devido à pobreza em sua execução e não por causa de uma estratégia mal formulada. Entretanto, há grande dificuldade em reconhecer o verdadeiro motivo do fracasso de uma determinada estratégia e, na ânsia de procurar culpados, a responsabilidade recai sobre aqueles que elaboraram o Planejamento Estratégico ou ainda sobre fatores externos como crises econômicas, retração de mercado ou surgimento de novos competidores.
Uma das grandes barreiras à implementação da estratégia em uma organização é a falta de uma ferramenta de comunicação eficaz que promova o entendimento adequado daquilo que deve ser feito por cada parte da empresa e por cada indivíduo, de modo que suas ações combinadas contribuam, efetivamente, para o atingimento dos objetivos propostos no planejamento estratégico elaborado pela Direção da empresa.
O que é o Balanced Scorecard? 
O BSC é um sistema ou metodologia que, a partir da escolha de indicadores de desempenho adequados, estabelece iniciativas diretamente ligadas à estratégia da empresa e permite o acompanhamento e eventuais correções dessas iniciativas por meio da análise dos indicadores previamente definidos.  
A grande maioria das empresas utiliza medidas puramente financeiras como indicadores de seu desempenho, ou seja, Lucro Líquido, ROI (Retorno sobre Investimento), ROCE (Retorno sobre o Capital Empregado), etc. Na maioria das companhias, esses indicadores financeiros são utilizados para informar se a empresa está ou não tendo sucesso, independentemente da estratégia escolhida, se é que existe uma estratégia propriamente formulada. A utilização dessas e de outras medidas financeiras é extremamente importante, pois, no fim das contas, são elas que mostram se a empresa criou ou destruiu valor para seus donos ou acionistas ao final de um determinado exercício. Entretanto, medidas puramente financeiras são o resultado de ações que aconteceram no passado, são denominadas medidas de ocorrência e não são capazes de mostrar, isoladamente, a maneira pela qual se chegou a tais resultados e, mais importante, o que fazer para repetir o sucesso ou corrigir eventuais falhas que levaram a resultados abaixo do esperado.
Uma das inovações que o BSC traz é o tratamento igualmente importante dado a um conjunto de medidas não financeiras que são capazes de indicar de maneira mais rápida e confiável como anda o desempenho das diversas áreas que contribuem para o resultado final de uma organização.
A essa altura, muitos podem se perguntar: “Ora, muitas organizações, mesmo antes do advento do BSC, já utilizavam medidas não-financeiras em seus processos gerenciais”. Isso realmente ocorria e continua ocorrendo, especialmente no que se refere a Controle Estatístico de Processos (CEP) e indicadores de relacionamento com clientes e mercado, como Número de Reclamações, Número de Devoluções ou Market Share.
A grande inovação do BSC, entretanto, é a utilização de indicadores de desempenho, financeiros e não-financeiros, como forma de transportar a estratégia da empresa para suas operações do dia-a-dia. Se considerarmos que estratégia é o conjunto de iniciativas utilizado para se atingir um determinado objetivo, veremos que o BSC é um sistema extremamente eficaz e de fácil compreensão.
A Estrutura do BSC
A estrutura do BSC é constituída por quatro perspectivas: Perspectiva Financeira, Perspectiva de Clientes, Perspectiva de Processos Internos e Perspectiva de Aprendizado e Crescimento. Cada uma dessas perspectivas deve formular objetivos e iniciativas que respondam às seguintes perguntas:
Perspectiva Financeira: “Como devemos ser vistos por nossos acionistas para sermos bem sucedidos financeiramente?”
Perspectiva de Clientes: “Para alcançarmos nossa Visão, como deveríamos ser vistos por nossos clientes?”
Perspectiva de Processos Internos: “Para satisfazermos nossos clientes e acionistas, em que processos devemos alcançar a excelência?”
Perspectiva de Aprendizado e Crescimento: “Para alcançarmos nossa Visão, como sustentaremos e nossa capacidade de mudar e melhorar?”
O BSC baseia sua metodologia em relações de causa e efeito, dessa forma, a estrutura apresentada acima pode ser compreendida da seguinte forma:
Que habilidades e competências nossos funcionários devem ter para executar nossos processos de forma a satisfazer as necessidades de nossos clientes criando valor para nossos acionistas?
Dentro de cada uma das quatro perspectivas são definidos objetivos estratégicos que, se atingidos, conduzirão a organização rumo à sua visão de longo prazo. Os objetivos são detalhados ao longo da organização por meio da definição de metas bem como das iniciativas necessárias ao atingimento dessas metas. O BSC preconiza também a definição dos responsáveis por cada iniciativa e os recursos necessários para sua execução.
O que o BSC faz então é traduzir a estratégia elaborada pelos dirigentes da empresa ao longo de toda a organização por meio de objetivos situados em cada uma das quatro perspectivas anteriormente apresentadas (financeira, clientes, processos e aprendizado e crescimento) e mostrando a relação de causa e feito entre esses objetivos. Essa configuração gera uma ferramenta extremamente importante denominada Mapa Estratégico que mostra visualmente todas essas correlações.
Uma vez implementado, o BSC passa a ser um sistema de gerenciamento estratégico, uma vez que prioriza de forma clara os esforços e recursos necessários de forma a garantir a execução da estratégia.
As vantagens do BSC
O BSC materializa a estratégia de forma clara por meio de indicadores que direcionam a organização rumo à sua visão de longo prazo;
Promove e facilita a comunicação entre as várias divisões da empresa uma vez que as metas são claramente definidas;
Estabelece critérios claros para a alocação de recursos financeiros, humanos e de infraestrutura ao definir prioridades e prazos;
O BSC permite a identificação rápida de desvios em relação às metas, suas causas e a adoção de medidas corretivas eficazes.
A adoção do BSC como sistema de gerenciamento estratégico requer uma revisão na cultura organizacional vigente e a vontade de enfrentar as barreiras e resistências internas que geralmente surgem nesse tipo de mudança. Para o sucesso do programa, a Direção da organização deve apoiar e incentivar fortemente a implantação do sistema e desenvolver lideranças em cada setor para que a nova metodologia possa ser entendida, aceita e passe a fazer parte das operações quotidianas da empresa. 
http://www.consultores.com.br/artigos.asp?

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