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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Podemos sobreviver à crise sem cortar pessoal?

A pior crise é sempre a atual. Talvez porque as anteriores não nos pareceram tão graves ou porque sabemos como foram complexas, mas estamos aqui para poder contar como saímos delas… Por um motivo ou outro é hora de, novamente, encarar uma situação muito difícil, fazendo esforços para tentar resistir a ela e sair com os menores danos e perdas possíveis.
Passamos muitas horas pensando em alternativas, buscando soluções, olhando para o horizonte em busca de sinais que nos indiquem que o pior já passou… sem que apareçam.
São tempos áridos e , apesar de que todos estamos sofrendo o mesmo, sentimos que diante das medidas que temos que tomar estamos sozinhos.

Ao ver nosso panorama tão obscuro, bombardeados por notícias exageradamente negativas e enfrentados com a adversidade, às vezes cedemos ao pânico e tomamos medidas mais extremas que as que teriam sido escolhidas. Decidimos em função do que é necessário e por tudo aquilo que provavelmente ou seguramente poderia ser necessário.
Por exemplo, em nossa preocupação por preservar ao máximo o “fluxo de caixa” em prol da sobrevivência da organização, terminamos guardando e atesourando mais “provisões” das que provavelmente vamos precisar.
Refiro-me especialmente a resguardar a organização e à sua liquidez desvinculando pessoal, já que “ como a atividade diminuiu” , “são um recurso caro” , “ seguramente precisaremos cuidar do dinheiro para poder durar” …E todos estes argumentos muito justificáveis, especialmente diante de nossos próprios olhos, terminamos cedendo à decisão que mais custos nos acarretará no futuro.
Provavelmente um reajuste, uma reorganização, uma adequação de recursos, racionalização ou como deseje chamar, podem ser necessários, mas tomar medidas como estas sem sequer avaliar outras possibilidades prejudicam mais a empresa do que as próprias desvinculações.
Todos os membros da organização estão a par da crise, mas não há nada mais paralisante que a incerteza e aguardar a resposta a cada pergunta “Quem foi demitido hoje?” : desmotiva, destrói, paralisa.
É uma tática de consequências estratégicas muito graves no futuro.
Todas essas ações tomadas hoje multiplicarão os custos posteriormente, simplesmente para chegar a alcançar os mesmos níveis organizacionais que temos hoje.  Ao demitir perdemos grande parte do capital humano que tanto nos custou conseguir, selecionar, formar e integrar à cultura da empresa.
Por outro lado, as demissões afetam de forma muito profunda a motivação daqueles que ficam, instaura um sentimento de “eu serei o próximo?”. “Então para que farei esta tarefa se serei despedido de qualquer forma?”
Por que não tentar conciliar a necessidade de liquidez com a preservação deste capital humano que ainda tem tanto para colaborar com as conquistas da organização, inclusive nestes momentos?
Seja ousado e tente entrar em consenso com seu pessoal. Confie nos resultados de sua gestão.
Diminuição de salários: combine com seu pessoal um recorte de salários. Diante do risco de ficar sem trabalho, irão aceitar. Mas isso não funciona sob ameaça, isto é um acordo.
Adiamento de pagamentos: proponha um recorte agora e comprometa-se a devolver essa parte que não se paga agora em um futuro, quando a situação melhore. Provavelmente seu pessoal hierárquico possa aceitar esse adiamento.
Pagamento de salários em ativos financeiros:  Talvez seu pessoal hierárquico tenha interesse nesta proposta: substituir parte de seu salário com algum ativo financeiro que respalde o recorte de salário que está efetuando no presente, inclusive com ações da empresa.
Podemos sobreviver à crise sem cortar pessoal?
Tempo sabático em troca de diminuição significativa do salário: Muitos trabalhadores podem ter interesse em encarar atividades independentes, como esforços paralelos a seu trabalho de assalariado. Pode-se chegar a um acordo com eles, para que tirem um tempo sabático pagando a eles uma porcentagem do salário para que possam encarar seu próprio projeto.
Benefícios: em momentos onde preservar “o caixa” ou a liquidez é prioritário dar benefícios que não impliquem custos. Diante da diminuição de salários, ampliar as férias, começar o fim de semana várias horas antes do habitual ou dar um dia livre na semana.
Estas são algumas ideias que podem ser consideradas para negociar com seu pessoal.
Mas, antes de qualquer coisa, deve-se dizer a verdade. Seus empregados têm que confiar em você. Comunique de forma aberta que existem alternativas para não reduzir pessoal, encare a situação e nomeie líderes de grupo, pessoal hierárquico ou quem seja de confiança para seu pessoal e organize estas negociações. Apoie seu grupo de líderes, eles terão a tarefa mais árdua, compartilhe tempo com eles para que o coloquem a par da situação. Eles estão fazendo uma tarefa complicada e devem sentir que você os apoia e está interessado nos resultados da gestão que estão executando.

Com confiança funciona um grupo alinhado aos objetivos. Em um acordo, o primeiro fator importante é a boa fé das partes, o que é insubstituível por qualquer lei ou regulamentação. O grupo, a equipe, seus recursos Humanos, independentemente de todos os investimentos econômicos que possam surgir, são o que fazem muitas empresas saírem da crise. Contem com eles.
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