Inspirado pelo trabalho das lavadeiras que cobram por mês para lavar e passar roupas de toda uma família, o empresário Fernando de Oliveira, 39, criou a Lava e Leva, franquia de lavanderia que cobra mensalidades. O negócio foi fundado em 2014, virou franquia em 2015 e, no mesmo, ano, chegou a 50 lojas e R$ 1 milhão de faturamento.
As mensalidades variam de R$ 170 (plano individual - 20 peças por semana) a R$ 460 (plano familiar para quatro pessoas - 80 peças por semana). O pagamento é mensal, mas a lavagem é semanal, e os valores podem variar de acordo com a região em que a loja está instalada.
O pacote não inclui roupas de inverno, como jaquetas, e peças delicadas, de seda e couro, por exemplo, além de gravatas, paletós, cobertores e edredons. Toalhas e lençóis estão incluídos.
Franquia custa a partir de R$ 47 mil
O investimento inicial da franquia é a partir de R$ 47 mil (com custos de instalação, taxa de franquia e capital de giro), faturamento médio mensal de R$ 18 mil e lucro médio de R$ 5.000. O retorno do investimento se dá entre seis e 12 meses, segundo a empresa.
De acordo com Oliveira, além das 50 unidades já em funcionamento, há mais de cem contratos fechados para abertura de franquias em todo o país. "Minha ideia foi profissionalizar o trabalho das lavadeiras. Hoje as considero minhas maiores concorrentes", afirma.
Não mistura as roupas
A primeira unidade foi aberta em janeiro de 2014, em Três Lagoas (MS). Pouco mais de um ano depois, em fevereiro de 2015, virou franquia. A meta é chegar a 250 unidades até o final de 2016.
"Nosso foco são contratos mensais com os clientes, que podem durar de três meses a um ano. Mas também lavamos peças avulsas", afirma Oliveira.
Ele diz que, para o franqueado, a vantagem com a carteira de clientes fixa é conseguir prever o faturamento mensal. Para o cliente, embora seja necessário explicar o novo modelo, o benefício é ter suas peças lavadas sem misturá-las com as de outro cliente. "Não misturamos as peças nem no plano individual. As roupas de cada cliente ficam separadas em malotes", declara.
Antes da Lava e Leva, o empresário fundou outra franquia, a Pet Cursos, de ensino profissionalizante, mas saiu do negócio para fazer uma especialização no exterior. Ele já foi professor universitário e também é dono de um hotel em Três Lagoas.
Crise ameaça setor, diz especialista
José Larocca, presidente do Sindilav (Sindicato das Lavanderias), diz que o pagamento por mensalidades é novidade no segmento de lavanderias, mas pode ser uma aposta arriscada, principalmente no atual momento da economia.
"O volume de roupas domésticas que precisam ser lavadas varia sempre, não é algo constante. As pessoas podem não querer ter o compromisso de lavar toda semana. Com a crise, elas querem diminuir seus custos e não ter mais um gasto fixo mensal", diz.
Segundo Larocca, a desaceleração na economia está afetando o setor de lavanderias e o momento não é bom para investir no setor. "De meados de 2015 para cá, estamos observando queda no movimento e fechamento de pontos. Até lavanderias hospitalares estão tendo dificuldades", afirma.
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