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terça-feira, 22 de agosto de 2017

Empresa consegue reduzir desperdício com medidas simples

O cardápio da Sônia Congelados não é apenas recheado de alimentos congelados, balanceados e saudáveis. A principal pitada dos sócios da empresa foi investir em desenvolvimento sustentável para alavancar as vendas e conquistar o mercado alimentício do país. A preocupação com o meio ambiente vai de medidas mais simples, como economizar luz, à conscientização dos funcionários sobre a importância do tema para a construção de um planeta sustentável. O trabalho rendeu, há quatro anos, o selo Empresa Amiga da Natureza.
Mas nem sempre foi assim. Em 1986, Sônia Carpegiani, as duas filhas, o marido e um genro resolveram que era hora de apostar no ramo de alimentação, setor que a matriarca dominou por 20 anos como participante de palestras em grupos de programa de emagrecimento. Na época, as panelas de Sônia esquentavam o fogão da cozinha do apartamento da família, em Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro.“Era uma empresa caseira, que foi crescendo aos poucos”, lembra o sócio Bruno Figueiredo. Os três sócios produziam 14 refeições diariamente e geravam uma renda mensal ao que hoje equivale a cerca de R$ 9 mil, corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor.
Seis anos mais tarde, o tempero conquistou o paladar dos cariocas e a infraestrutura montada por Sônia já não dava conta da produção. Era hora de mudar e montar uma cozinha industrial em Benfica, Zona Norte da capital fluminense. Hoje, os 80 funcionários da empresa mantêm uma produção de quase 20 mil refeições por mês, ao preço médio de R$ 13,50. As encomendas são entregues em domicílio no Rio de Janeiro e em São Paulo e podem chegar às casas de clientes de outros estados por encomenda via aérea O faturamento anual da empresa bate os R$ 3,2 milhões.
Em 2002, a trajetória dos empresários levou os empreendedores a buscar a consultoria do Sebrae. “Tínhamos a consciência de que a prosperidade da empresa passava pela sustentabilidade”, afirma Bruno. Ele lembra que as despesas com eletricidade da Congelados da Sônia era alta e pesava na contabilidade da empresa. “O Sebrae teve papel importante na mudança de rumo, pois aprendemos dicas preciosas para reduzir custos”, reconhece.

O segredo da receita é simples: substituição de 19 freezers verticais por uma câmera central de 16 portas; troca do processo de congelamento, que utilizava nitrogênio, por um congelador eletromecânico; e substituição de lâmpadas fluorescentes pelas de tecnologia LED. O resultado se mostrou eficaz, com redução de 80% da conta de energia elétrica e a elevação da qualidade no processo de refrigeração dos alimentos. “Essa é a prova de que é possível oferecer produtos e serviços com a máxima qualidade e promover, simultaneamente, o respeito ao meio ambiente”, atesta Bruno.
As ações dos empresários não pararam. A empresa, que já tem 26 anos de história, ainda lançou a campanha interna “Me dá seu lixo?” para incentivar os funcionários a separar e classificar o lixo na indústria e em casa e entregar os recicláveis para empresas especializadas. O valor arrecadado com o programa é revertido em brindes para a festa de fim de ano da companhia. “Não tenho dúvidas de que reafirmar aos funcionários a importância da reciclagem, da redução dos resíduos gerados e da economia de água e energia contribui para diminuir os impactos causados ao meio ambiente pela atividade humana”, frisa.
Ouro
Com resultados positivos em mãos, os sócios inscreveram a Congelados da Sônia no Concurso de Eficiência Energética promovido pelo Sebrae. A ação rendeu o primeiro lugar do certame à empresa. “O prêmio, uma viagem a Alemanha, foi o reconhecimento do nosso esforço”, resume Bruno. “Lá, pude conhecer uma empresa do mesmo ramo que a minha e projetos arrojados de economia de energia.”
Em 2005, a Congelados da Sônia também participou do Programa Produção Mais Limpa, que tem como meta evitar o desperdício no processo produtivo. Os proprietários identificaram duas oportunidades de economia: o reaproveitamento das sementes de abóbora, que eram jogadas no lixo e passaram a ser utilizadas na confecção de farinha de bolos, servidos como lanche aos funcionários e reaproveitamento da água de condensação dos aparelhos de ar condicionado split, das câmaras frigoríficas e dos super congeladores. Essa água passou a ser usada nas descargas dos vasos sanitários e limpezas diversas nos ambientes. As medidas geraram uma economia de 5,2% no consumo mensal de água. “Reduzir custos e desperdícios significa uma empresa com lucro maior”, celebra Bruno.
Ações desenvolvidas pela Sônia Congelados em favor da sustentabilidade:
  • Captação de água pluvial;
  • utilização de gerador diesel no horário de pico de consumo de energia;
  • otimização do uso da iluminação e dos aparelhos de ar condicionado;
  • reorganização da produção, que ficou concentrada em alguns dias, com base na variação da demanda e do estoque;
  • embalagem feita a partir de papel cartão, com certificação florestal;
  • sacola ecológica foi confeccionada em 100% de algodão para substituir às embalagens plásticas;
  • apoio ao Instituto Aqualung na promoção de campanhas ecológicas e de preservação ambiental;
  • monitoramento remoto 24 horas por dia dos equipamentos da indústria;
  • e uso do gás GLP, que consiste na mistura gasosa de hidrocarbonetos obtidos do gás natural ou do processo de refino do petróleo cru nas refinarias, em substituição ao gás manufaturado, resultando em economia de 32%.
http://exame.abril.com.br/pme/empresa-consegue-reduzir-desperdicio-com-medidas-simples/

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