Criada por imigrantes japoneses que chegaram ao país em 1949, a peixaria Pacífico Pescados se mantém, até os dias atuais, como uma empresa familiar na Consolação, bairro na região central de São Paulo.
Atualmente, ela fatura R$ 3 milhões por ano (7% desse total, R$ 210 mil, é o lucro do negócio) e, segundo o empresário Celso Massato Iasaka, 41, é fornecedora de restaurantes como Mestiço, La Casserole e Do Culinária Japonesa.
Iasaka e a sua mulher Cristina, 43, filha única de Yoshiko Otsuka, 84, herdeira do casal fundador da peixaria, assumiram a direção no ano passado, quando a matriarca se aposentou.
Novo nicho
Desde então, reformaram o prédio e resolveram diversificar o negócio. Há cinco meses contrataram o sushiman Edson Ura, instalaram um balcão com bancos no local e começaram a vender combinados de sushi e sashimi para o público que almoça na região.
Os preços dos combinados vão de R$ 20 a R$ 35, dependendo do peixe escolhido pelo cliente. Os combos com atum são mais caros.
O novo nicho já representa 10% do faturamento da peixaria. A comercialização para os restaurantes corresponde a 30% e o restante vem da venda direta de peixes para o consumidor final.
O carro-chefe da empresa, de acordo com Iasaka, é o atum (R$ 80 o quilo), o peixe mais caro vendido por ele. "O atum é um peixe grande e que precisa ser consumido ainda fresco. Os clientes sabem que recebemos mercadoria todos os dias, por isso nos tornamos referência no fornecimento do peixe."
O peixe mais barato é a sardinha (R$ 10 o kg). O quilo do Vieira (espécie de molusco) sai por R$ 300.
Com a criação do balcão de sushi, a peixaria, que antes fechava às 16 horas, passou a encerrar o expediente às 20h. "A ideia surgiu por causa do apelo dos clientes. Hoje os bancos do balcão já não são mais suficientes para atender ao público. Na hora do almoço nós também montamos mesas e cadeiras."
Negócio precisa ter foco
Para Karyna Muniz, consultora do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), a criação do balcão de sushi deve ser muito bem estruturada para não prejudicar o negócio principal, que é a venda de peixe para restaurantes e consumidor final.
"A empresa precisa ter todos os canais muito bem definidos no plano de negócio para um não atrapalhar o outro, e cada um ter o seu valor dentro da empresa."
Muniz afirma, no entanto, que o novo ponto contribui para equilibrar o estoque. "Se o estoque está alto, por exemplo, ele pode fazer promoções para aumentar o consumo de quem frequenta o local para almoçar ou jantar."
Segundo ela, o mercado está mais favorável para a venda de peixes nacionais como tilápia e truta. "Com a alta do dólar, o salmão e o atum estão sendo menos procurados e os restaurantes estão adequando seus cardápios para oferecer opções mais baratas."
Nenhum comentário:
Postar um comentário