Com 30 anos de expertise em processos de Turn Around, Flávio Ítavo é categórico ao afirmar: “as companhias cometem pecados que comprometem seu desempenho e podem dar a volta por cima se prestarem mais atenção nas estratégias”. Para ele, todo mundo sabe que o caixa é o responsável pela “quebra” das empresas em primeira instância, mas Flávio pondera que existem comportamentos corporativos que levam o caixa a ficar perigoso. Com um currículo que inclui clientes como o Grupo Dallas, detentor das marcas Avis and Budget Rent a Car, no qual foi CFO e dirigiu processo de Turnaround, o especialista enumera o que considera os 7 pecados das empresas brasileiras:
1. Falta de planejamento estratégico – ou o que Flávio chama de Carpe diem. As empresas precisam discutir futuro. “Se um conselho se reúne para falar do agora, algo está terminantemente errado, pois a empresa nem está trabalhando com processos eficazes no presente e nem está discutindo melhorias necessárias para crescer”.
2. Falta de alinhamento de Marketing. Para ele, o problema não é ter ou não ter, mas alinhar ou não alinhar. “As empresas estão atirando para todos os lados, e utilizando as ferramentas sem uma linha base que defina a direção certa em que os resultados devem chegar”.
3. Falta de estrutura de Recursos Humanos. Com pessoas satisfeitas e no lugar certo, a empresa anda melhor. “Uma área robusta de RH permite contratar certo, recolocar, se necessário, criar planos de carreiras, ou seja, manejar o material humano da empresa alinhado com as estratégias”.
4. As empresas não sabem usar informações para gestão. Cada vez mais, temos dados à mão, que podem ajudar no planejamento estratégico e na readequação de direção das empresas. “O grande problema não está na quantidade ou mesmo na qualidade da informação, mas na falta de conhecimento sobre como usar essa informação. Falta expertise”.
5. Planeje seu fluxo, “a toque de caixa”. Para Flávio, as empresas que não sabem o que gastam e o que ganham ficam apagando incêndios: “há clientes para os quais pergunto de quanto é o prejuízo e que me retornam com informações literalmente erradas. Uma empresa que não tem planejamento financeiro não consegue crescer”.
6. Pague os fiscais, nunca os impostos. O maior erro fiscal apontado por Flávio é acreditar que seja possível empurrar os tributos com a barriga ou de forma ilegal: “o planejamento estratégico da empresa precisa passar pelo setor fiscal. Ter uma orientação severa nesse sentido, calcular corretamente e organizar as finanças para estar em dia com o fisco é essencial para o crescimento corporativo. Você pode até postergar ou atrasar os impostos, mas de forma planejada e segura”.
7. Confiar nas pessoas, nunca nos controles. Para Flávio, esse é um erro básico: “controles servem exatamente para evitar que haja desvios. Por isso a grande importância do planejamento estratégico e de criar processos que sejam eficazes e confiáveis. Com isso, qualquer pessoa vai seguir a mesma linha de conduta e realizar da mesma forma”.
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