Claudia Pires, consultora e facilitadora da Ekantika Consultoria e Escola da Inovação, explica como os líderes do país podem desenvolver habilidades para tornarem-se aptos a liderar equipes voltadas para uma cultura de inovação e transformação
O Brasil subiu cinco posições no Índice Global de Inovação de 2018, mas ainda está bem longe de ser uma potência inovadora. Mesmo na América Latina, não consegue ficar entre os três países que são referência no tema –Chile, Costa Rica e México. No ranking de inovação deste ano, o país ocupa a 64ª posição dentre as 126 economias avaliadas. O índice é calculado em conjunto pela Universidade Cornell, da faculdade de administração Insead e da OMPI (Organização Mundial da Propriedade Intelectual). Após o resultado da pesquisa, fica por aqui, o iminente desafio de implantar uma cultura de líderes que coloquem a inovação com urgência na pauta de seu trabalho em equipe.
E realmente, novos modelos de gestão são os assuntos da vez nas empresas. Organizações exponenciais e ágeis demandam um novo perfil de profissional que precisa estar preparado para atuar neste ambiente de constante mudança. Mas, como os profissionais podem acompanhar o dinamismo do mercado? Como não ficar desatualizado e estar pronto para liderar times?
Buscando conhecimento. É preciso reaprender a aprender e compreender que esta aprendizagem é um projeto sem data para terminar. Quem ensina com convicção o caminho para líderes prontos para inovar é Cláudia Pires, consultora da Ekantika Consultoria e Escola da Inovação.
Ela enfatiza que esse aprendizado ao longo da vida, ou lifelong learning, é alcançado através de diferentes experiências profissionais e pessoais, aliadas à busca por novos conteúdos, que podem estar ancorados na educação formal ou não. Mas de nada adianta o novo líder estar munido desse conhecimento todo se também não estiver em sintonia com valores dos novos tempos. “Estamos falando de criatividade, resolução de problemas complexos, empatia e colaboração”, explica.
Claudia afirma ainda que o líder pronto para inovar é aquele que consegue encarar as circunstâncias atuais sem perder o olhar no futuro. “Sabe desafiar os processos, identificando constantes oportunidades de melhorias e aumento da produtividade. É capaz de tomar decisões com base em dados preditivos, e sabe fomentar isso em sua equipe, despertando um propósito maior no time, gerenciandoas possibilidades de erros e assumindo eventuais riscos”, diz.
Assim como os novos modelos de gestão, a liderança precisa ser ágil para se adaptar e tomar decisões rapidamente. Os líderes de hoje também tem de ter estabilidade emocional para resistir às crises, saindo fortalecidos delas. Este conceito foi batizado pelo cultuado pesquisador libanês Nassim Nicholas Taleb como antifrágil – dentro dessa nova definição, o novo profissional é mais que resiliente: toma um tombo, volta, aprende e ainda corrige o erro. Consegue florescer em ambientes caóticos, na crise, sempre aprendendo a moldar-se diante de dificuldades. Coisas que só um profissional em constante aprendizado é capaz de absorver e colocar em prática de forma efetiva. E, finalmente, o líder desses novos tempos deve ser criativo para captar as tendências e apostar na mudança. Também tem de estimular pessoas a gerar ideias, colocá-las em prática e não ter medo de arriscar. Afinal, “a criatividade é a ponte para a inovação”, finaliza Claudia.
Vanessa K. Ming –
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