Ser gestor de negócios não é tarefa fácil. No entanto, cada vez mais as empresas estão preocupadas em desenvolver líderes ao invés de chefes. Somente no Brasil, 42% dos treinamentos são direcionados à essa formação.
Mas por que ser líder e não ser o chefe? Executivos de diferentes áreas do franchising contam sobre essa diferença e o que isso impactou em suas empresas:
Jovens que lideram multidões
Marcelo Guimarães, diretor executivo da Gigatron Franchising (rede de franquias especializada em serviços de tecnologia) acredita que para comandar uma equipe as duas formas funcionam bem, porém quando é líder a eficiência e qualidade aumentam significativamente. “O líder é aquele que orienta, acompanha e atua ombro a ombro com o time de tal forma que em algum momento a equipe consiga atuar sem ter a proximidade do líder nas atividades diárias. O líder é companheiro, perspicaz, motivador e leal ao time”, avalia.
Chegar em posições de liderança é o objetivo principal dos jovens atualmente e a Gigatron investe e busca líderes com esse perfil. Apesar da pouca idade, o jovem Victor Ruiz desponta como um dos colaboradores de destaque dentro da franqueadora.
Assim que começou as aulas de graduação em Administração, com apenas 18 anos, começou a atuar dentro da Gigatron com vendas diretas na região de Birigui (SP). Pouco tempo depois, conseguiu um crescimento significativo nas vendas onde despertou a necessidade de novos colaboradores no time. “Usei minha expertise e trabalhei lado a lado com esses colaboradores, desenvolvendo uma estratégia para que essa operação continuasse em expansão sem minha presença física, onde comecei a atuar como gerente comercial da rede aos 21 anos, liderando e apoiando os franqueados com estratégias de crescimento e uma equipe com oito colaboradores no setor comercial e de marketing”, diz.
Exemplo para todos os colaboradores
O líder acaba servindo de exemplo para todos. Ele é a pessoa que dita ordens, porém está sempre junto se empenhando ao serviço. “Ter autoridade não implica mandar. Ter autoridade é ter conhecimento, dar exemplos, motivar, delegar, saber fazer. É necessário ter “moral” para cobrar os liderados”, conta Carlos Alexandre Gomes, diretor executivo do Banneg-Banco de Negócios, rede com mais de 40 unidades com foco em consórcios e financiamentos.
Para o empresário, exercícios práticos como a aplicação de treinamentos internos como o Customer Success, avaliações permanentes e cruzadas, podem indicar o grau de envolvimento e comprometimento das pessoas de uma equipe. Inclusive, colaboradores e franqueados podem ser envolvidos nisso.
“Para ser um bom líder é necessário estar atualizado com o mercado e acompanhar as mudanças que nele surgem. O tempo de evolução entre aparelhos foi diminuindo com o tempo. Do gramofone às vitrolas, destas ao inesquecível 3 em 1, passando pelo walkman, IPod, etc. A distância entre um e outro foi diminuindo bastante. Assim, estar antenado no futuro, no possível e não só no visível e real abre muitas possibilidades para um bom profissional”, afirma.
Dicas valiosas
Assim como os demais empresários citados, Luciano Rodrigo de Souza, diretor executivo da rede Shakerama Shakes e Delícias, avalia que as empresas precisam de verdadeiros líderes que continuamente impulsionem a empresa a ir mais longe.
O diretor executivo lista alguns itens que são cruciais para uma gestão eficaz: Buscar conhecimento: antes de tudo é necessário entender os propósitos e objetivos da empresa para que depois possa ajudar uma equipe a se engajar; Desenvolver boas habilidades de comunicação: entender que saber ouvir também faz parte do processo de comunicação e é uma premissa fundamental para o líder; Seja exemplo: atualmente, mais do que nunca, as empresas precisam de líderes éticos, transparentes, que sejam aquilo que esperam que sua equipe se transforme; Desenvolva sua resiliência: na atual situação econômica que o nosso país se encontra um líder precisa ter habilidade de se transformar a cada dia sem perder a sua essência; Tenha clareza e foco em suas atitudes: a maioria das pessoas buscam resultados imediatos, e medem os mesmos apenas de forma financeira, e na essência todos precisam de realização pra ser feliz.
Luciano pontua que também é necessário avaliar quando a liderança não atinge os resultados propostos. “Liderar é reconhecer suas falhas, retroceder, mudar a direção. Diferente de um chefe que apenas assume uma postura de indivíduo em posição superior, e que por estar empossado nela se sente na necessidade de mandar ou direcionar alguém mesmo quando não sabe onde quer chegar”, conclui.
Pulso para comandar os negócios
Empreendedor nato desde os 18 anos, o empresário Henrique Mol, diretor executivo das redes Encontre Sua Viagem, Bidon Corretora de Seguros e SUAV reflete que o líder se preocupa com os resultados e não com a hierarquia. No entanto, é necessário colocar em prática no seu dia a dia tudo aquilo que prega, caso contrário, perderá todo o sentido.
“Não é necessário impor regras, mas direcionar a equipe para a tomada de decisões buscando sempre ouvir a opinião de todos, através de um diálogo aberto”, diz.
E para aqueles que acreditam não ter perfil para liderança, Mol afirma que todo mundo tem qualidades para liderar uma equipe. “Basta aperfeiçoar algumas características que possam melhorar as habilidades de liderança, como por exemplo, ampliar seu conhecimento sobre seu serviço, analisar com mais cuidado o mercado, e o principal, não ter medo de fazer algo que nunca fez. Com certeza, os resultados irão surpreender”, conclui.
Renata Brito –
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