Marcelo Salomão, diretor da Gigatron Franchising, há três anos viu sua receita cair quase 80%, deu a volta por cima, e hoje conta as atitudes que tomou e que podem auxiliar quem está passando por dificuldades na empresa após o início da pandemia
Em plena recessão econômica causada pela pandemia do coronavírus, os empresários brasileiros estão buscando novas alternativas para conduzirem os negócios, principalmente as micro e pequenas empresas que acabam sendo as mais afetadas.
De acordo com o Sebrae, no Brasil existem 6,4 milhões de estabelecimentos, sendo que as micro e pequenas empresas (MPEs) representam 99% do total registrado. São mais de 12 milhões de negócios, dos quais, 8,3 milhões são microempreendedores individuais (MEI). Já os pequenos negócios representam 52,2% dos empregos gerados pelas empresas no país.
Mas como cortar gastos e reduzir custos na empresa para que ela continue tendo uma boa saúde financeira?
Marcelo Salomão, diretor executivo da Gigatron Franchising (rede desenvolvedora de software empresas do varejo), sentiu na pele a necessidade urgente de adotar estratégias eficientes para reduzir custos da empresa.
“Em julho de 2017 tivemos um problema sério na empresa. Um prejuízo bem grande, fruto da paralisação de parte de nosso negócio. Nossa receita caiu em 80% nos forçando a tomar decisões drásticas em relação aos custos da empresa”, relembra o empresário.
Cortes de gastos
Marcelo conta que naquele ano a franqueadora colocou uma meta para reduzir em até 40% o custo fixo; conversou com todos os fornecedores e colaboradores. Os fornecedores prestadores de serviço que recebiam fee mensal, como contador e assessoria de imprensa concordaram com a redução temporária do serviço, mas em alguns casos, tiveram que cancelar o serviço, foi o caso das participações em associações e entidades de classe.
“Negociamos com os fornecedores a possibilidade de um prazo maior de pagamento ou até mesmo isenções em hospedagem de sites, ferramentas de automação e a última etapa foram as demissões”, fala o executivo.
Muitos serviços contratados para a parte administrativa tiveram cortes também. A energia elétrica, por exemplo, conseguiram reduzir fazendo um alocamento do time em uma grande sala.
A central telefônica que custava quase R$3 mil por mês foi a maior economia, chegando a 91% de redução. “Cancelamos a central, o contrato com a telefônica e substituímos por telefones celulares pré-pagos. Também se fez necessário uma redução na equipe, fazendo com que os colaboradores tivessem dupla função”, diz.
Superação
Se a meta era reduzir 40%, Salomão conta que a empresa conseguiu alcançar 47% do custo fixo operacional. Após quase três anos desse grande prejuízo, a franqueadora ainda mantém os custos enxutos por necessidade e isso deve seguir até o final deste ano, quando voltará a investir em crescimento.
“Era uma questão de vida ou morte. Tomamos todas as decisões necessárias para manter a empresa viva”, avalia o executivo quando questionado se houve dificuldades para colocar em prática essas medidas.
Dicas para quem é empreendedor
Para quem é empreendedor e está preocupado com o atual cenário econômico, o momento é de cautela e análise.
Salomão dá algumas dicas que o ajudou lá atrás e que pode auxiliar o pequeno empresário a reduzir os custos e aumentar as vendas no momento de crise:
· Faça projeções de uma redução de 30% a 70% de sua receita;
· Planeje e revise as tomadas de decisões em vários cenários;
· Planeje seu caixa, garanta que você consiga pagar as despesas fixas;
· Se possível mantenha seu time home office;
· Mantenha-se calmo, logo tudo volta ao normal;
“Muitas vezes são os pequenos cortes no dia a dia que fazem a grande diferença no orçamento do negócio e a sobreviver à crise”, conclui o empresário.
Elaine Rodrigues
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